Mas afinal, o que faz uma doula?

Olá queridos leitores!

Sei que já escrevi sobre o papel da Doula no cenário obstétrico, mas não custa lembrar, visto que, existem ainda muitas dúvidas em relação a nossa função.

Doula não faz parto! Doula não faz procedimentos médicos! Doula não é parteira!

Vamos lá… Dá uma olhada neste vídeo bem explicativo.

O que é uma doula?

A palavra doula vem do grego aquela que serve. E é bem esse o propósito de uma doula: servir. É um trabalho onde nos colocamos a serviço da mãe e de seu companheiro (a) para que, principalmente, o trabalho de parto seja o mais tranquilo possível.

Hoje usamos o termo doula para descrever uma acompanhante de parto experiente e treinada que fornece à mulher e seu companheiro (a) um suporte emocional contínuo, conforto físico e assistência em obter informação antes, durante e após o parto.

O que faz uma doula?

  • compreende a fisiologia do parto e as necessidades emocionais de uma mulher em trabalho de parto;
  • auxilia a mulher e seu parceiro(a) a realizarem seus planos para o parto;
  • permanece ao lado da mulher em trabalho de parto durante todo o processo;
  • fornece apoio emocional, medidas de conforto físico (massagens, água, posturas, etc) e auxilia a mulher a adquirir a informação que ela precisa para tomar suas decisões a respeito de como, com quem e onde parir;
  • facilita a comunicação entre a mulher em TP, seu parceiro (a) e a equipe que à assiste;

DONA International Birth Doula Manual

Por que ter uma doula?

A doula pode ajudar a amenizar os desconfortos que o trabalho de parto trás com seu conhecimento e confiança no processo.

Recentemente foi publicado um estudo de Hodnett e colaboradores (2014), o qual consiste a maior e mais relevante revisão sistemática sobre suporte contínuo ao parto, que resume a experiência de mais de 15 mil mulheres que participaram de 21 estudos randomizados. Os autores concluíram que o suporte contínuo durante o TP possui benefícios clínicos significativos para mulheres e recém nascidos e não causa prejuízo algum, e que todas as mulheres deveriam ter apoio de uma doula durante o trabalho de parto.

O estudo concluiu também que, mulheres sem o suporte contínuo apresentaram trabalhos de partos mais longos e apresentaram menos partos espontâneos (sem o uso de fórceps e sem necessidade de cesariana), e que as mulheres sem o apoio contínuo fizeram uso da peridural ou algum analgésico para lidar com a dor; fizeram uso de medicação para dor (incluindo narcóticos); necessitaram de vácuo extrator ou fórceps; pariram um bebê com escore de Apgar mais baixo após 5 minutos do parto; não se sentiram satisfeitas com sua experiência de parto.

A revisão observou também que as mulheres acompanhadas por doulas, que não eram da equipe hospitalar, apresentaram 28% a menos de chance de passar por uma cesárea; 31% a menos de chance de usar ocitocina sintética para acelerar o parto; 9% a menos de chance de usar medicação para dor e 34% a menos de chance de considerar a experiência de parto negativa.

O suporte oferecido por uma pessoa que a mulher selecionou de seu círculo social (por exemplo, seu parceiro, marido, amiga ou outro membro da família) aumentou a satisfação em relação ao parto mas não teve impacto no que tange às intervenções obstétricas (Hodnett et al. Continuous support for women during childbirth. Cochrane Database Syst Rev. Author manuscript; available in PMC 2014 September 25. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4175537/pdf/emss-58484.pdf
O apoio pós-parto de doulas ajudou as mulheres a amamentar por mais tempo, não importando a opinião da doula a respeito da amamentação. Esse estudo, que observou 40 mulheres de baixa renda, mostrou que mulheres que tiveram apoio pós-parto de doulas, amamentaram por quase o dobro do tempo em relação a mulheres que não obtiveram esse apoio (Barron SP, Lane HW, Hannan TE, Struempler B, William(s JC. Factors influencing duration of breast feeding among low-income women. J Am Diet Assoc 1988 Dec 88:121, 557-61).

Berry (1988) observou que pais estão quase sempre muito estressados e emocionalmente envolvidos na experiência do parto para darem suporte eficiente (em inglês, o termo usado é “labor coaches”). Esse estudo observou o comportamento de 40 pais durante o trabalho de parto de suas esposas. Eles apenas auxiliaram nos exercícios respiratórios durante o pico do trabalho de parto. Os pais perderam mais tempo tentando disfarçar seus sentimentos e se preocupando com sua falta de utilidade, o que pode demonstrar que a Doula tem um papel bem específico no suporte intra parto, deixando assim o pai ser também o protagonista, deixando que ele possa apenas estar ali para se fazer presente e, se for o caso, apenas segurar a mão da parturiente (Berry L M. Realistic expectations of the labor coach. Journal of Obstetric, Gynecologic and Neonatal Nursing. Sept/Oct:354-55).
Em outro estudo na Cidade do Mexico, as mulheres que tiveram doulas sentiram que foram mais acolhidas pela equipe do hospital, entenderam melhor as informações passadas, tiveram maior senso de controle e sentiram-se melhor a respeito delas mesmas e em relação ao parto (Campero L, García C, Díaz C, Ortiz O, Reynoso S, Langer A. ”Alone, I wouldn’t have known what to do”: a qualitative study on social support during labor and delivery in Mexico. Soc Sci Med 1998 Aug 47:3 395-403).
Na revisão de Chalmers e colaboradores (1993) a presença das doulas, treinadas ou não, mostrou-se melhor do que aquele oferecido por pais, equipe profissional médica, família ou amigos (Chalmers B; Wolman W, 1993. Social support in labor–a selective review. J Psychosom Obstet Gynaecol 1993 Mar;14(1):1-15).

Em um estudo randomizado que envolveu 264 partos, mostrou que mulheres atendidas por doulas durante o trabalho de parto tiveram significantemente menos uso de anestesia peridural e estiveram mais significantemente propensas a avaliar sua experiência de parto como boa do que as mulheres que não foram atendidas por doulas. Esse dado por nos fazer pensar que a função da doula pode gerar economia ao sistema, utilizando menos tempo de internação (como ressalta Hodnett, 1999), menos utilização de materiais entre outros (Gordon NP, Walton D, McAdam E, et al. (1999) Effects of providing hospital-based doulas in health maintenance organization hospitals. Obstetrics and Gynecology. 93(3): 422-6).

Um estudo conduzido por Hodnett (1999), onde foram analisados quatorze experimentos clínicos, o que contou com mais de 5000 mulheres, foi observado que a presença contínua de uma pessoa encarregada de apoio/suporte (incluindo enfermeiras, obstetrizes, preparadoras de parto, doulas, amigos ou membros da família), reduziram as chances de episiotomia, cesárea, Apgar de 5 minutos menor que 7 e medicação para alívio da dor e também foi associado com ligeira redução na duração do trabalho de parto. (Hodnett ED. (1999) Caregiver support for women during childbirth. Cochrane Library of Systematic Reviews. Electronic edition. May 17, 1999).

Outro de estudo de Hodnett e Osborn (1989) observou que mulheres atendidas no trabalho de parto por uma monitora perinatal (doula) usaram menos medicamentos e lembram de ter recebido mais suporte físico e emocional durante o trabalho de parto do que aquelas atendidas apenas por enfermeiras do hospital. Essas mulheres também tiveram maior taxa de períneos intactos (Hodnett ED; Osborn RW, 1989. A randomized trial of the effects of monitrice support during labor: mothers’ views two to four weeks postpartum. Birth 1989 Dec;16(4):177-83). E esses mesmos autores no mesmo ano, observaram que o suporte contínuo, uma-pra-um, durante o trabalho de parto, ajuda as mulheres a terem menos episiotomia, menos medicação para alívio da dor e maior senso de controle sobre seus partos (Hodnett, ED and Osborn RW. 1989. Effects of continuous intrapartum professional support on childbirth outcomes. Research in Nursing & Health 12(5):289-297).

É necessário que se compreenda que a função da Doula é única e exclusiva, e os estudos evidenciam a importância de termos essa profissional em uma sala de parto. Não é só uma questão de humanidade, de respeito e de amor, é também uma questão de economia, de rapidez, de agilidade, para àqueles olhares mais técnicos e objetivos. A Doula pode sim reduzir custos, agilizar processos e tempos de internação, enfim, pode ser vista como uma função que venha a agregar e não para causar discórdia ou concorrência. Temos uma função única e específica. Todos somos importantes.
E os estudos não param por aí. Hofmeyer e colaboradores (1991) identificaram que mulheres que receberam suporte emocional durante o trabalho de parto por voluntárias sem experiência em enfermagem apresentaram menor pressão sanguínea diastólica, menos uso de analgesia e menor ansiedade durante o trabalho de parto. Elas amamentaram por mais tempo e com intervalos mais flexíveis (Hofmeyer, G.J.; Nikodem, V.C.; Wolman, W.L. ” Companionship to Modify the Clinical Birth Environment: Effects on Progress and Perceptions of Labour and Breast Feeding.” British Journal of Obstetrics and Gynaecology 98(1991): 756-764).
Outro estudo muito citado identificou uma redução de 50% nas taxas de cesárea, parto a fórceps (40%), requisição de peridural (60%) ou outros medicamentos para dor (40%), duração do trabalho de parto (25%) e necessidade de ocitocina (50%) (Kennel, J.H.; Klaus, M.H.; McGrath, S.K.; Robertson, S.S.; Hinkley, C.W. “Continuous Emotional Support during Labor in US Hospital.” Journal of the American Medical Association 265(1991): 2197-2201).

Uma outra revisão de literatura e meta-análise de onze estudos que tiveram a participação de doulas, mostrou que as doulas ajudaram as mãe primíparas a terem trabalho de parto mais curto, usarem menos medicação, terem menos intervenções operatórias e menos cesáreas e também que as mulheres amamentaram por mais tempo, tiveram maior auto-estima, menos depressão, estavam mais felizes com seus bebês e sentiram-se mais aptas a cuidar deles. Quando doulas estavam presentes, os pais ofereceram um suporte mais pessoal à mulher em trabalho de parto (Klaus MH, Kennell JH. The doula: an essential ingredient of childbirth rediscovered. Acta Paediatr 1997 Oct 86:10 1034-6.). Ou seja, a presença de doulas na sala de parto estende os benéficos para além dela, o que torna essa função de suma importância nos dias e meses que seguem o nascimento e puerpério, visto que, as doulas também ofertam esse apoio pós parto não imediato. Onde as doulas acompanham a puérpera e o bebê, nas necessidades imediatas pós nascimento e parto, como amamentação, algo que as mães temem não conseguir; assim como a doula dá um certo respaldo emocional para a recém mãe.
Seguindo nessa linha de benefícios pós parto não imediato, um outro estudo mostrou que mãe primípara que tiveram doulas apresentaram melhor “maternagem”, mesmo se comparadas àquelas que tiveram aulas de preparação para o parto, como Lamaze. Elas demonstraram melhores estratégias de cuidados, mais segurança, menos estresse emocional do que mulheres que não tiveram doulas durante o parto (Manning-Orenstein G. A birth intervention: the therapeutic effects of Doula support versus Lamaze preparation on first-time mothers’ working models of caregiving. Altern Ther Health Med 1998 Jul 4:4 73-81), ou seja, mais uma vez evidencia-se que os benefícios da presença de uma doula vão além da sala de parto. Na Cidade do México, um experimento clínico de 1998 disponibilizou a algumas mulheres primíparas uma doula para uma parte do trabalho de parto (quando a dilatação alcançou 6 cm). Essas mães tiveram trabalhos de parto mais curtos, amamentaram por mais tempo e disseram se sentir mais no controle de suas experiências de parto (Langer, A.: Campero, L.: Garcia, C.; Reynoso, S. ” Effects of psychosocial support during labour and childbirth on breastfeeding, medical interventions, and mothers wellbeing in a Mexican public hospital: a randomised clinical trial.” British Journal of Obstetrics and Gynaecology 105(1998): 1056-1063).

A doula tem uma função bem específica, como já foi mencionado, que é dar apoio a parturiente, fazer o que ela precisar, e só pra ela. Os demais integrantes da equipe em sala de parto, têm funções bastante específicas, e, não podem deixar de faze-las para atender a parturiente que, por exemplo, pede uma contra pressão sacral durante uma contração, a enfermeira, por exemplo, não pode ausentar-se de suas funções, por isso a doula está ali, para cumprir esse papel que faz muita diferença em um trabalho de parto. Um estudo em Toronto mostrou o tempo médio que as enfermeiras passam junto a parturiente, seja oferecendo apoio emocional, medidas de conforto físico, instruções, informações. A proporção de tempo utilizada para tarefas de apoio em comparação às outras atividades foi de 9.9%. (McNiven, P, Hodnett, E, O’Brien-Pallas, LL. 1992. Supporting women in labor: a work sampling study of the activities of intrapartum nurses. Birth 1992 Mar;19(1):3-9). Ou seja, a doula fica ali 100% de tempo atendendo as solicitações da mulher.

No Brasil, a ocupação de doula foi reconhecida em 31/01/2013 na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) pelo Ministério do Trabalho na condição de tecnólogos e técnicos em terapias complementares e estéticas, sob o número 3221-35.

Algumas cidades brasileiras já têm garantida a presença das Doulas em hospitais públicos e privados, casas de parto e etc, são elas: João Pessoa, Jundiaí, Sorocaba, Blumenau, Rondonópolis, Brasília (apenas doulas voluntárias) e Gravataí. Está em trâmite PLs no Estado de São Paulo, nas cidades de Belo Horizonte, Campinas e Capão da Canoa, entre outras. Porto Alegre só vem a agregar a esse roll de cidades que estão avançando no cenário obstétrico brasileiro, que pede por mudança, as quais são corroboradas pelo Ministério da Saúde. Porto Alegre deve dar um belo exemplo, acolhendo esse PL, acolhendo as doulas, promovendo uma assistência com maior qualidade no atendimento e baixos custos .

Quando pensamos em termos de investimento pelo Governo Federal, os hospitais que atingirem as metas, por exemplo, de redução no número de cesáreas, estabelecidas pelo Ministério da Saúde, podem receber mais verba por atingirem tais critérios, e isso só faz com que nossa presença seja um fator positivo, tendo em vista que a literatura evidencia que a doula ajuda muito nessa redução de partos cirúrgicos e intervenções hospitalares.

Dizer, em 2015 que sua função não é importante, ou que não podemos estar presentes numa sala de parto é negar a ciência, é negar evidências. Nosso objetivo é somar, agregar à equipe de atendimento ao parto nos hospitais, como a figura que nesse cenário está preocupada exclusivamente com o bem-estar físico e emocional da mulher. Todos somos importantes neste cenário que é o nascimento.

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Vamos falar sobre “Dor do Crescimento”?

Pois é, crescer faz doer! Crescer, aprender, desenvolver, dói! E dói literalmente!

Passei a experiência da dor do crescimento com meu filho mais velho, hoje com 12 anos, lá por volta dos 5!

E dia desses, fomos surpreendidos com a Nina, de 2 anos e (quase) dois meses com os mesmos sintomas!

Mas afinal, o que é a “Dor do crescimento”?

A dor do crescimento pode ocorrer por volta dos 3 e 6 anos, até próximo aos 10 ou 11 (difícil precisar), essa faixa etária é conhecida como o “primeiro estirão” !

São dores difusas, que acontecem em ondas (dói e passa, dói e passa…) normalmente nas pernas e especialmente à noite ou madrugada (pode acontecer da criança acordar aos berros na madrugada)! É comum as crianças segurarem as pernas, indicando assim o local da dor!

Não é necessário medicar, ou ir ao hospital! Se essa dor não for acompanhada de edemas,manchas, limitação de movimentos é plenamente normal, caso, a dor venha acompanhada dessas condições o medico deve ser avisado!

Existe duas teorias para explicar a dor de crescimento.

A primeira é  a fadiga muscular. Como a criança é normalmente muito ativa, ela salta, pula, corre e etc. pode ocorrer uma fadiga muscular e, quando a musculatura “esfria” a dor aparece.

A segunda é  que atividades físicas intensas e de impacto nas áreas de crescimento (epífises ósseas) podem causar essa dor.

Causa provável: A dor seria desencadeada pelo crescimento desequilibrado de ossos, músculos e tendões, ou seja, os ossos poderiam estar crescendo mais rapidamente que o desenvolvimento dos músculos e tendões.

O que causa o crescimento? Basicamente a secreção do GH (Hormônio do crescimento), crianças e adolescentes sadios apresentam em torno de 8 picos desse hormônio em 24 horas, mas ele é mais intensamente secretado durante o sono, talvez por isso as dores na madrugada aconteçam também.

Pode ser identificado 3 grandes momentos do estirão do crescimento:

  • No primeiro ano de vida: onde o bebê aumenta em torno de 50% do comprimento que tinha ao nascer e triplica o peso. Pode crescer de 5 a 6 cm por ano.
  • Entre 3 e 4 anos até 6 aos 8 anos de idade
  • E o que chamamos PVE, Pico de Velocidade de Estatura, entre 12 e 13 anos para meninos e 10 e 11 anos para meninas, nessa fase o estirão pode durar até 2 anos. Mas a literatura pode variar: 11,5 aos 16 para meninos e 9,5 a 14,5 anos para meninas, difícil precisar a idade exata, pois pode ocorrer variações individuais. Nessa fase as crianças podem crescer de 8 a 12 cm por ano: meninos em torno de 10 cm e meninas 9 cm.

O que fazer quando essas dores aparecem?

Acolha! Converse. Faça massagens, compressas quentes. Não medique. Apenas acolha, fique perto, dê um colinho. Explique o que está acontecendo. Logo logo passa!

Se acontecer esses episódios de dor, fique atento. Observe. Se não vier acompanhado de manchas, edemas, restrição de movimentos, não há problemas, mas sempre comunique o pediatra sobre esses eventos.

Fonte:

Sociedade Brasileira de Ortopedia (www.sbop.org.br)

GALLAHUE, D. L; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 1. ed. São Paulo: Phorte, 2001.

 

Pois é, nosso bebês crescem…

Boa sorte

Um grande beijo

 

 

 

 

 

 

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Curso de Gestantes

O Curso de Gestante: a Espera e a Chegada do Bebê  vem aí!

Quarta edição, primeira na Amamãe Menino Deus!

O espaço Amamãe Vivências Maternas é um lugar maravilhoso, com serviços de beleza, exercícios e cuidados em geral para gestantes e mamães. Lá tem espaço kids e berçario, que possibilita às mamães cuidarem-se e seus filhotes ficarem muito bem atendidos por cuidadoras maravilhosas.

A Unidade Menino Deus da Amamãe Vivências Maternas inaugurou em janeiro de 2016 e está garantindo muito bem estar e cuidados às mamães do bairro e arredores.
O curso acontecerá no dia 18/06/2016 sábado das 9 às 12 e das 13:30 às 17:30!
Vamos falar sobre crescimento e desenvolvimento do bebê, modificações e alterações da gestante durante a gravidez, vias e nascimento (via vaginal e cirúrgica – riscos e benefícios de cada uma delas), técnicas de respiração, amamentação, cuidados com o bebê e muito mais!

Inscrições e informações: 99650076 ou andreafontoura72@gmail.com ou no local: Rua Barão do Guaíba, 474. Fone 3557-9444
Apostila incluída! Investimento: R$ 250,00 (2 participantes)

Não é um curso apenas para casais, é um curso para 2 participantes! Todas as configurações familiares são bem vindas!


Participe! Divulgue!
E pra quem é dinda, fica a dica para um presente bem diferente e fundamental ! Vagas limitadas! Garanta a sua!

 

Espero por vocês lá.

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Relatos de Parto… Relato de uma doulanda II

“Relato do meu parto humanizado com a Doula Andrea Fontoura

Desde sempre falei que queria um parto normal antes mesmo de ter qualquer conhecimento de humanização já defendia que a criança tem que vir na hora que desejasse, ter a liberdade de escolher o dia e a hora que resolvesse chegar ao mundo. Então fui em busca do meu objetivo e o universo conspirou ha meu favor e me levou a pessoas maravilhosas, minha querida Doula Andrea Fontoura e meu obstetra Dr Fabiano Vasconcellos, que me permitiram realizar este sonho que nada mais é que testar a nossa capacidade de superação, o conhecimento da nossa força interior que me oportunizou uma experiência incrível, um parto humanizado, sem analgesia, sem ocitosina, sem lacerações, sem episiotomia enfim um parto como sonhei sem nenhuma intervenção para mim e para o bebê, com muito respeito, amor, carinho, pois afinal é um momento único na vida. Para conseguir todo esse direito somente buscando pessoas como a minha doula Andrea Fontoura que para mim foi a chave de todo o processo. Os esclarecimentos, as dúvidas, as angústias e os anseios são aos poucos trabalhados conversa a conversa e tudo vai se tornando menos complexo. A tranquilidade, a atenção e o carinho que a doula passa pra gente e a melhor maneira de se ter um trabalho de parto de sucesso e é fundamental para que na hora H a gente não se acovarde ou fuja do nosso objetivo.
Posso dizer com alegria que o meu parto saiu tudo conforme o planejado. Foi um trabalho de parto considerado rápido, afinal foram oito horas entre o início e o nascimento. Fiquei a maior parte do tempo em casa, a bola e as massagens foi a melhor ferramenta durante as contrações. No momento certo partimos para o hospital, chegando lá a bolsa rompeu e fui logo para a sala de parto pois de acordo com o planejado chegamos no hospital e ela estava muito próxima de nascer. Posso dizer que doulas são os anjos da pre e pos maternidade que com muito carinho dedicam-se a nós a qualquer momento do seu dia, deixando sua família, seus filhos para nos dar a atenção necessária quando finalmente a hora chega. Só tenho a agradecer a tudo e principalmente ao registro do momento mais importante da vida de uma mulher, dar à luz a um filho de
acordo com as leis da natureza.”

Muito grata Simone Flor, é sempre maravilhoso ler relatos, pois revivo aquele lindo momento! Grata por terem me escolhido!

❤ ❤ ❤
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Relatos de Parto… Relato de uma doulanda I

“Olha eu amei tudo! Tanto ter o acompanhamento da Doula como ter escolhido o parto humanizado.
A doula me deixou segura de que só ia acontecer o que fosse realmente necessário e que não haveria nenhuma violência obstétrica. Tanto é que minha GO, precisou se ausentar por algumas horas e ela quem ficou todo momento comigo… Ela me acompanhou durante toda a gestação, tirou todas as minhas dúvidas e foi um apoio fundamental….
E o parto humanizado foi pra completar… Queria ter do meu jeito, podendo ou não ser na maca, ter o soro com ocitocina somente se necessário (e assim foi), ou analgesia apenas qdo solicitado por mim… Dessa forma fui muito respeitada. Rebolei na bola de pilates, fui para o chuveiro, fui para as barras, voltei para o chuveiro… Enfim, fui a protagonista do meu parto, o bebê veio na hora que quis, do jeito que quis sem nenhuma intervenção… Nasceu super saudável, não precisou de uti ou incubadora… Ficou juntinho de mim o tempo todo! Saiu de perto apenas para a vacina e demais procedimentos, porque meu trabalho de parto foi longo e realmente precisava de uma atenção a mais …
Então se eu pudesse voltar no tempo faria tudo novamente! 😍😍

Relato de Lucianna Freitas mãe da Duda!

Meninas, foi uma grande honra doular esse momento! Foi inesquecível!
Gratidão 🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻 ‪#‎relatodedoulanda‬ ‪#‎eutiveumadoula‬ ‪#‎doulaeuapoio‬ ‪#‎vidadedoula‬ ‪#‎doulaéamor‬ ‪#‎euqueroumadoula‬

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Curso de Gestantes

Bom dia!

Hoje estou divulgando o Curso de Educação Perinatal (Curso de Gestantes) que ministrarei nos dias 21 e 28 de novembro aqui em Porto Alegre (segue folder do evento)

Aqui no sul ainda não é muito comum as gestantes e casais buscarem os cursos perinatal com Educadoras Perinatal, é mais comum fazer esse tipo de curso em hospitais.

A Educadora Perinatal tem a habilitação para administrar esses cursos. Eu sou formada em Educação Perinatal pela International Childbirth Education Association (ICEA), onde aprendemos todos os detalhes sobre gestação, parto, pós parto, amamentação e cuidados com o bebê, e o fato de ser mãe de dois, também ajuda um pouco 🙂

Esse curso que ministro é continuado, ou seja, todo mês faço uma edição, tanto na capital quanto na região metropolitana de Porto Alegre, também ministro esse curso a domicílio.

Toda e qualquer informação você pode obter comigo mesma, pelo e-mail andreafontoura72@gmail.com ou pelos fones (51) 9965-0076 ou (51) 3391-8427.

Conto com alguns parceiros, e isso traz um atrativo para o curso: sempre tem brindes e sorteios. Cada casal leva pra casa uma apostila, onde tudo o que foi falado no curso está lá descrito, além de contatos de outros profissionais que podem ajudar muito o casal, como por exemplo, consultoras em amamentação.

Participe. Inscreva-se.

Um forte abraço.

Curso de GEstante imagem

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Shantala: Massagem para bebês

Olá pessoal.

Faz tempo que não escrevo né? Muita correria, muitas novidades, muita agitação… Coisa boa.

Bom, mas hoje vou falar um pouco sobre a Shantala, uma massagem para bebês que ajuda em muitas coisas, e principalmente a acalmar… 🙂

A Shantala é uma massagem milenar que originou-se na Índia e é amplamente difundida por lá, na verdade não há um registro preciso de quando ela surgiu, o que se sabe é que ela foi trazida para o ocidente pelo médico francês Frédérick Leboyer. De passagem pelo Sul da Índia, Leboyer viu uma mulher paraplégica, sentada no cordão de uma calçada em plena rua massageando seu bebê. Ele observou por alguns instantes e aproximou-se da mulher e perguntou o que ela estava fazendo. Respondeu ela que massageava seu bebê.

Ele indagou mais uma vez aquela mulher e pediu-lhe para observar mais e fazer algumas fotos, ela não se opôs e assim ele observou as massagens por alguns dias e fez registros fotográficos e vídeos. De tais registros surgiu um livro chamado “Shantala – Uma arte tradicional – Massagem para bebês” . Shantala era o nome daquela mulher sentada a beira do meio fio, a quem Leboyer prestou uma homenagem.

Em 1976 o livro foi traduzido para o português e veio para o Brasil e essa massagem vem sendo difundida e amplamente realizada.

A massagem é um momento de entrega, amor, conexão. Um ritual de amor. O toque carinhoso da massagem ajuda a aliviar tensões, desconfortos e melhora o vínculo do bebê com àquele que faz a massagem. na Índia essa massagem é transmitida de mãe para filha.

Benefícios:

De maneira geral, a Shantala ajuda:

– Melhora o funcionamento de todos os órgãos; alivia cólicas, reduz gases e prisão de ventre; diminui incidência de problemas respiratórios; trabalha as articulações, fortalece os músculos; desenvolvimento sensório motor, consciência corporal, melhora e tranquiliza o padrão de sono, reduz o estress do bebê; equilíbrio físico, emocional e energético, melhora o vínculo bebê-família.

Idade: A Shantala é recomendada a partir do primeiro mês, quando o umbigo já estiver bem cicatrizado e vai até quando a criança desejar receber.

Duração: de 15 a 30 minutos.

Condutor: óleo essencial (100% vegetal). Nunca usar óleos minerais pois eles contém derivados do petróleo. Os óleos essenciais são extraídos das folhas, frutas e caules, sem agentes químicos. Para usar o óleo essencial é ideal diluir pois eles são bem concentrados. Dilui-se da seguinte forma:

  • Usar um óleo carreador como o óleo de semente de uvas, óleo de amendoas ou óleo de girassol. Você diluiu umas 3 ou 4 gotinhas de óleo essencial em aproximadamente 50 ml de óleo carreador da sua escolha. Os óleos essenciais mais recomendados para bebês são os de laranja doce, lavanda ou lavandin. Depois de pronto o óleo de massagem, usar algumas gotinhas para massagear o bebê.

Horário e frequência: Diariamente e em um horário que você observar que pode ajudar o bebê a ficar mais calmo e aproveitar mais os benefícios dessa prática.

Não fazer a Shantala quando: O bebê estiver de estômago cheio ou vazio; febre, diarreia, doenças de pele, ou algum outro sintoma físico, em momentos de crise, por exemplo, cólicas fortes, choro compulsivo… primeiro acalme e após faça a massagem, no local onde recebeu vacina, ou quando o bebê estiver dormindo.

Quem realizará a massagem deve estar sentindo-se seguro e feliz e o ambiente calmo e tranquilo. Pode ser usado músicas relaxantes e calmantes para ajudar a dar um clima de mais calma e harmonia.

No inverno, o ambiente deve estar aquecido para que o bebê não sinta frio, o bebê deve ficar perto de quem realizará a massagem, separar o óleo vegetal (essencial), separar uma toalha ou fralda de pano para retirar o excesso e uma toalha para apoiar o bebê quando necessário. Retire anéis e pulseiras, o bebê deve estar totalmente sem roupa, o bebê pode ser posicionado sobre as pernas estendidas de quem realizará a massagem, quem fará a massagem deve assumir uma postura confortável.

Depois da Shantala é legal fazer um banho bem gostoso de imersão no balde ou ofurô, os bebês amam…

A Shantala é maravilhosa. Traz benefícios para o bebê e também para que realiza a massagem. É um momento de conexão e amor. Aproveite.

Agora dia 01 de agosto de 2015 terá o Mamaço na Redenção as 10 horas da manhã em Porto Alegre, e eu estarei lá ensinando as mamães a fazer essa massagem. E, lembrando que gestantes e recém mães acabam “perdendo” um pouco a memória hahahah eu elaborei um pequeno resuminho dos movimentos e também um pouco sobre a história e outros detalhes,  para ninguém esquecer de nada.

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Faço atendimento à domicílio ensinando todas as etapas dessa prática milenar. Qualquer coisa é só chamar.

Beijo queridos leitores e leitoras.

Até breve.

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O que é e qual a diferença entre: Educadora Perinatal, Doula de Parto e Doula Pós Parto?

Bom dia leitores…

Estou devendo postagens não é? Nossa, muita correria: cuidando de filhos, casa e da profissão. No momento estou elaborando um curso para Casais Grávidos (curso perinatal) e estou correndo bastante.

Como muita gente me pergunta, hoje resolvi postar sobre o que é a educação perinatal e o que é feito, assim como qual a diferença entre doula de parto e pós parto.

Qualquer dúvida ou sugestão pode ser colocada nos comentários, ou também na página do facebook que é mais dinâmico e eu passo por lá todos os dias. Segue abaixo um texto que pode ajudar sobre tais atividades e o que cada uma delas contempla.

O que é uma Educadora Perinatal?

A Educação Perinatal é o processo de preparar a gestante e seu parceiro (a), ou apenas a gestante sobre a gravidez, o parto e o pós-parto (ou puerpério), onde informações são passadas para que possam vivenciar a gestação, o parto e o pós-parto da maneira natural, informada e consciente.

A educação perinatal é o que chamamos os “cursos de gestantes” que normalmente são oferecidos por hospitais, só que com uma visão mais abrangente (porque muitos cursos em hospitais falam muito em doenças possíveis na gestação, daí a mãe sai apavorada do curso, ou apenas ensinam os primeiros cuidados com o bebê e não falam nada sobre todos os outros pontos que envolvem gestação, parto e pós parto). A educação perinatal não tem um público específico, ou seja, independe da forma de parto ou via de nascimento escolhida pela gestante e seu parceiro (a) ou apenas pela gestante, a proposta é passar informação da melhor forma possível, sem julgamentos do que é melhor ou pior.

A proposta da Educação Perinatal também  é expandir os horizontes de quem busca o parto e pós-parto natural e humanizado, discutindo sobre ações que visam diminuir cada vez mais práticas médicas/cirúrgicas desnecessárias para o parto em prol do uso de alternativas físicas, psicológicas ou não-farmacológicas para a prevenção da dor na hora de dar à luz, mas, mais uma vez, a educação perinatal não visa apenas o parto natural e humanizado, o principal objetivo da educação perinatal é a informação, independente do tipo de parto e da via de nascimento. A visão voltada para a humanização dos processos de gestar, parir e nascer, tem como intuito informar, de maneira que as práticas obstétricas super medicalizadas e as cesáreas desnecessárias possam ser evitadas.

Essa preparação para o parto pretende dar um suporte tanto para os aspectos físicos, quanto para os emocionais e psicológicos que a gestante e parceiro (a) ou apenas a gestante, vive durante a gravidez, na hora em que seu bebê nasce e nos momentos onde eo bebê precisa de cuidados. Estudos científicos (Hodnett et al., 2014; Berry, 1988) demonstram a importância de se passar por uma preparação específica durante a gravidez, pois além de contribuir para aumentar a auto-estima, a confiança e o bem-estar da mulher e do bebê, observou-se que há uma menor incidência de problemas psicológicos no período puerperal, como a depressão pós-parto, por exemplo.

O que faz uma Educadora Perinatal?

A Educadora orienta, auxilia, informa e apresenta as mudanças físicas e emocionais da gravidez, parto e puerpério; ajuda na elaboração do plano de parto; apresenta recursos não-farmacológicos para lidar com a dor e os desconfortos durante a gravidez, parto e pós-parto; colabora com a formação do vínculo mãe-bebê, com o aleitamento materno e incentiva práticas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde e Medicina baseada em Evidências.

A Educadora Perinatal acompanha o processo de gestação e pode atuar através de consultorias particulares ou em formato de cursos de preparação para o parto. A educadora perinatal colabora ainda com uma equipe de profissionais da área de saúde como ginecologistas, obstetras, enfermeiras, fisioterapeutas, psicólogas, nutricionistas, pediatras, entre outros.

A educadora perinatal aborda os seguintes assuntos:

  • gestação e suas fases,
  • desenvolvimento do bebê,
  • exercício na gestação e pós parto,
  • nutrição e alimentação,
  • tipos de parto (vias de nascimento),
  • o que é o trabalho de parto e suas fases,
  • técnicas de relaxamento e respiração para parto,
  • medidas de conforto,
  • sexualidade na gestação e no pós parto,
  • papel do parceiro no apoio para a mãe,
  • plano de parto,
  • direitos e responsabilidades da gestante,
  • amamentação,
  • pós-parto,
  • puerpério,
  • cuidados com o bebê, entre tantos outros que julgar necessário ou se for interesse dos participantes.

Explicando tudo com detalhes e sugerindo sempre que a gestante e parceiro (a) busquem mais informações e tirem suas dúvidas com seus cuidadores oficiais (obstetras).

De que forma se “educa” para o parto?

A principal maneira é informar esses conceitos às mulheres gestantes, às tentantes, aos maridos, parceiros (as), mães, pais, avós, seja quem for o envolvido, empoderando a mulher nas suas escolhas. A mulher precisa efetivamente entender o processo que está passando, o que é a gestação, o parto e quais os resultados das opções que ela faz pra si o pro seu filho. Ela precisa ter o “poder de decisão” nas mãos, se sentindo confiante na sua capacidade biológica e emocional de parir e criar seu bebê. A preparação para o parto aponta para a mulher condições para que ela construa uma maternidade ativa e consciente (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa – GAMA; Bortoletti, F, et al., 2007).

O que é uma doula?

A palavra doula vem do grego δούλη (“dúli“), e significa escrava, ou aquela que serve. E é bem esse o propósito de uma doula: servir.

É um trabalho de humildade, onde nos colocamos a serviço da mãe e de seu cparceiro (a) para que, principalmente, o trabalho de parto (TP) seja produtivo e o mais tranquilo possível.

Hoje usamos o termo doula para descrever uma acompanhante de parto experiente e treinada que fornece à mulher e seu parceiro (a) um suporte emocional contínuo, conforto físico e assistência em obter informação antes, durante e após o parto.

O que faz uma doula?

A doula de parto…

  • reconhece o parto como uma experiência chave na vida, que a mãe lembrará para sempre;
  • compreende a fisiologia do parto e as necessidades emocionais de uma mulher em trabalho de parto;
  • auxilia a mulher e seu parceiro (a) a realizarem seus planos para o parto;
  • permanece ao lado da mulher em trabalho de parto durante todo o processo;
  • fornece apoio emocional, medidas de conforto físico (massagens, água, e etc), uma visão objetiva, e auxilia a mulher a adquirir a informação que ela precisa para tomar boas decisões;
  • facilita a comunicação entre a mulher em TP, seu parceiro (a) e a equipe que à assiste;

7- percebe seu papel como o de alguém que nutre e protege a memória de uma mulher a respeito de seu parto. (Fonte: DONA International Birth Doula Manual)

Por que ter uma doula?

Ter uma doula deve ser escolha da gestante e seu parceiro (a) ou apenas dela. A doula não pode prometer que o parto será de contos de fadas, mas pode ajudar a amenizar os desconfortos que ele traz, o que e muito natural e normal.

Recentemente foi publicado um estudo de Hodnett e colaboradores (2014) no qual consiste a maior e mais relevante revisão sistemática sobre suporte contínuo ao parto, que resume a experiência de mais de 15 mil mulheres que participaram de 21 estudos randomizados. Os autores concluíram que o suporte contínuo durante o TP possui benefícios clínicos significativos para mulheres e recém nascidos e não causa prejuízo algum, e que todas as mulheres deveriam ter apoio durante o TP.

O estudo concluiu também que, mulheres sem o suporte contínuo apresentaram trabalhos de partos mais longos e apresentaram menos partos espontâneos (sem o uso de fórceps e sem necessidade de cesariana), e que as mulheres sem o apoio continuo fizeram uso da peridural ou algum analgésico para lidar com a dor; fizeram uso de medicação para dor (incluindo narcóticos); necessitaram de vácuo extrator ou fórceps; pariram um bebê com escore de Apgar mais baixo após 5 minutos do parto; não se sentiram satisfeitas com sua experiência de parto.

A revisão observou também que as mulheres acompanhadas por doulas, que não eram da equipe hospitalar, apresentaram 28% a menos de chance de passar por uma cesárea; 31% a menos de chance de usar ocitocina sintética para acelerar o parto; 9% a menos de chance de usar medicação para dor e 34% a menos de chance de considerar a experiência de parto negativa.

O suporte oferecido por uma pessoa que a mulher selecionou de seu circulo social (por exemplo, seu parceiro, marido, amiga ou outro membro da

família) aumentou a satisfação em relação ao parto mas não teve impacto no que tange às intervenções obstétricas (Hodnett et al., 2014). O referido artigo conta na barra lateral direita da página inicial do blog.

A ocupação de doula foi reconhecida em 31/01/2013 na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) pelo Ministério do Trabalho na condição de tecnólogos e técnicos em terapias complementares e estéticas, sob o número 3221-35.

Reconhecida é diferente de regulamentada, a profissão para ser regulamentada, deve ter um conselho federal e os representantes conselhos regionais, isso em breve talvez aconteça, tendo em vista que a profissão vem ganhando muito destaque.

O que é uma Doula Pós Parto?

O trabalho da doula de pós-parto é estar junto com a família durante esses primeiros dias (semanas, meses), esclarecendo dúvidas, acompanhando os primeiros cuidados com o bebê, ajudando a mãe com a recuperação do parto e com o sucesso da amamentação, garantindo confiança nesses primeiros momentos com o bebê para propiciar tranquilidade nos momentos que virão.
Na maioria das vezes este trabalho é desenvolvido com famílias que estão tendo seu primeiro filho e que estão permeadas com todas as novidades da maternidade, ou então com famílias que foram abençoadas com a chegada de múltiplos bem como com puérperas que passaram por cirurgia cesariana para terem seus bebês. Portanto, o tipo de trabalho e a permanência na casa de cada família varia com a necessidade de cada uma.

A doula pós parto auxilia a mulher a delegar tarefas da casa, ajuda na organização da casa, na organização das coisas do bebê e rotina. A doula pós parto tem seu foco na mulher, mas ela ajuda também nos cuidados com o bebê, mas diferente de uma babá ou enfermeira, a doula não apenas executa as tarefas, ela ensina a mãe, passando confiança.

A doula pode sim auxiliar fazendo algumas pequenas tarefas da casa, como organizar a roupa do bebê, lavar algumas roupinhas, fazer uma comidinha para a mãe, coisas simples que possam trazer conforto e alívio para a mulher.

A doula não é babá nem enfermeira. A contratação da doula pós parto é por hora ou turno e seus horários são agendados por semana. Recomenda-se que a doula pós parto não trabalhe mais de 3 meses, pois a sua função é dar autonomia para a mulher, ensinar e apoiar, e não fazer as coisas por ela.

A doula pode ir na casa da família 2, 3 4 vezes ou mais por semana, depende da necessidade, ou ficar turnos inteiros (manha, tarde e noite), também dependendo das necessidades da família, ou em outros formatos a serem combinados.

                                    Código de Ética da Doula (DONA International)

  • Regras de Conduta
  • Decência: A doula deve manter uma conduta pessoal correta, isto é parte de sua identidade como doula.
  • Competência e Desenvolvimento Profissional: A doula deve esforçar-se em se tornar (e permanecer) proficiente na prática profissional e na execução de suas funções profissionais através de educação continuada, afiliação a organizações relacionadas e associação com outras doulas.
  • Integridade: A doula deve agir de acordo com os mais elevados padrões de integridade profissional.
  • Responsabilidade Ética para com as clientes
  • Prioridade dos interesses da cliente: A responsabilidade primeira da doula é sempre para com a mulher que a contratou.
  • Direitos e prerrogativas de clientes: A doula deve fazer todo o esforço em se empenhar em benefício da cliente.
  • Confidencialidade e Privacidade. A doula deve respeitar a privacidade de suas clientes e manter em confidência toda a informação obtida durante o curso do seu serviço profissional.
  • Compromisso em servir: A doula deve prestar assistência a cada cliente que busca apoio de uma doula, seja para fornecer um serviço ou para dar referencias apropriadas.
  • Disponibilidade: Quando uma doula concorda em trabalhar para uma cliente em particular, sua obrigação é fazê-lo com disponibilidade, sem falhar nos termos acordados.
  • Taxas: Ao determinar taxas a doula deve certificar-se de que são justas, razoáveis e de acordo com os serviços fornecidos e levando em consideração a condição da cliente em pagar. A doula deve enunciar suas taxas e valores de forma clara e descrever os serviços oferecidos, termos de pagamento e políticas de reembolso.
  • Responsabilidade ética para com as colegas
  • Respeito, justiça e cortesia: A doula deve tratar suas colegas com respeito, cortesia, justiça e boa fé.
  • Lidando com as clientes de outras doulas: A doula tem a responsabilidade de se relacionar com as clientes de suas colegas com uma consideração totalmente profissional.

4- Responsabilidade ética para com a profissão de suporte ao parto

  • Manter a integridade da profissão: A doula deve manter elevados valores, ética, conhecimento e missão da profissão.
  • Serviço comunitário: A doula é encorajada a manter a visão da DONA International de que “toda mulher que deseja uma doula merece uma”, ao fazer acompanhamentos voluntários ou a custo reduzido quando for possível.
  • Responsabilidade ética para com a sociedade
  • Promover o bem estar materno-infantil: A doula deve ser uma pessoa que promove a saúde geral das mulheres e seus bebês, e sempre que possível da família e amigos próximos.

DONA International Manual

O que uma doula NÃO faz:

A função da doula é dar suporte, educar, ensinar sobre o corpo feminino, ensinar como acontece o trabalho de parto (TP), é dar suporte físico e emocional, aplicar técnicas de conforto como massagens, é ajudar a manter um ambiente tranquilo e agradável.

Uma doula jamais poderá aplicar ou conduzir qualquer técnica médica que não lhe caiba fazer como doula, ou seja, exame de toque, ausculta cardíaca seja da mãe como do bebê, dar diagnósticos, prescrever remédios ou mesmo medicamentos homeopáticos, chás ou afins.

Se a doula tiver outra profissão, como enfermeira por exemplo, pode ser atribuída a ela outras funções correspondente a sua outra formação

profissional, como por exemplo aferir a pressão arterial, mas nunca como Doula e sim como enfermeira.

A doula é uma profissional de suporte (físico e emocional), ela NÃO substitui nenhum outro profissional. A doula não deseja substituir outro profissional. Trabalhar em equipe é uma de suas missões, sempre buscando um melhor e integral atendimento a suas clientes. A doula jamais terá qualquer atitude que seja contrária a do ginecologista obstetra (GO) que acompanha sua cliente. A doula sempre fará contato com o GO sobre qualquer situação diferente do normal.

A doula NÃO fala pela sua cliente ou parceiro(a), ela instrui, passa referencias, dá o suporte teórico sobre os diversos assuntos que envolve parto e nascimentos, a doula mantém a sua cliente informada, mas jamais tomará decisões por ela, apenas informa, e sempre incentiva que sua cliente tire todas suas dúvidas com o GO que a acompanha.

A doula não faz o parto, quem assim o faz é a própria mulher! A doula não é parteira! A doula não é médica! A doula não é obstetriz! A doula é um suporte de amor, carinho e informação, tudo dentro dos limites estabelecidos pela sua área de atuação e seu código de ética.

A doula jamais contará a história de suas clientes sem autorização prévia. A doula não tira fotos para postar em sua rede social, divulgando seu trabalho, a menos que seja autorizada. A doula ficará muito grata de ter um registro do seu parto, mas isso é responsabilidade da cliente (em ceder suas imagens) e se for a vontade da cliente! Ter registros fotográficos dos partos e durante todo o TP é muito importante para a doula, mas não cabe a ela essa decisão, portanto, só a cliente pode autorizar o uso das fotos assim como o seu registro.

É importante que a cliente e seu parceiro (a) busquem informação sobre tudo que engloba a gravidez, o maternar, o pós parto, amamentação, tudo. Isso os munirá para qualquer eventualidade que ocorra. A informação é sempre o melhor caminho sempre!

Espero que tenham gostado e que tenha sido esclarecedor. Em breve divulgarei a data do Curso para Casais Grávidos: A Espera e a Chegada do Bebê. Conto com vocês lá!

Beijos

 

 

 

 

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A Importância do Exercício na Gestação

Exercícios físicos são fundamentais durante toda nossa vida. Somos cinéticos, nascemos para o movimento. Quando não mantemos um bom nível de atividade física no nosso dia a dia somos cobrados em algum momento, principalmente em fases de vida mais avançadas, na velhice, por exemplo!

Comumente dizemos que o melhor exercício é aquele que o praticante mais gostar, pois sendo assim, a aderência é maior e a continuidade também, mas claro que um bom profissional pode fazer uma boa avaliação para uma indicação mais segura e eficaz.

O período gestacional é bastante peculiar e é sabido que exercícios físicos nesse momento são muito bem vindos e trazem muitos benefícios, porém, não existe um consenso em relação aos reais benefícios, uma normatização da prescrição, assim como quais são as contraindicações de exercícios durante a gestação, mas o que parece mais claro é que exercícios nos meses finais da gestação devem ser limitados e muito controlados em relação ao volume e sobrecarga, também é duvidoso se é possível a mulher manter o mesmo condicionamento físico durante a gravidez (SHIMA, 1990; BATISTA et al., 2003; CAVALCANTE et al., 2005, FONSECA E ROCHA, 2012).

Talvez a gestação seja o período que a mulher mais sofre alterações, tudo se modifica: sistema hormonal, músculo-esquelético, cardiovascular, respiratório, tegumentar, urinário, gastrointestinal e alterações psicológicas (ANJOS; PASSOS; DANTAS, 2003; STEPHENSON; O’CONNOR, 2004).

Os exercícios durante o período gestacional podem trazer riscos quando são feitos acima dos limites da mãe e também quando não existe uma prescrição específica e adequada a cada caso, mas observa-se na prática, que os benefícios são maiores que os riscos, quando o programa é bem prescrito e acompanhado (SOUZA et al., 2000).

Juntamente com o Centers for Disease Control and Prevention e do American College of Sport of Medicine (CDC – ACSM) o American College of Obstetrician and Gynecologists (ACOG) publicou em 2002 um guia (os guias são constamente atualizados) de recomendações de atividade física durante a gestação e puerpério, sendo essas recomendações aplicadas as mudanças anatômicas e fisiológicas que ocorrem na gravidez (FONSECA E ROCHA, 2012).

Basicamente a recomendação é de no mínimo 30 minutos e na maioria dos dias da semana, uma atividade moderada, para todas as mulheres sem contraindicações clínicas, evitando esportes de contato e mergulho (ACOG, 2002; ARTAL, O’TOOLE, WHITE; 2003). O ACSM recomenda que o exercício na gestação deva buscar pela manutenção do condicionamento cardiorrespiratório e muscular.

Gestantes sem complicações podem treinar diariamente, com exercícios moderados entre 55-85% da frequência cardíaca máxima (FC máx) (de maneira geral recomenda-se que a FC fique entre 130 e 150 bpm, mas devemos observar cada caso em particular) ou 45-75% do VO2 máx. Como as respostas de FC são bastante alteradas nesse período, recomenda-se usar também tabelas de percepção de esforço, que neste caso devem estar entre 3 e 5 (aquele onde o praticante consegue conversar). Ao prescrever exercícios de longa duração, deve-se dar uma atenção toda especial ao aumento de temperatura, balanço energético e hidratação (GOUVEIA et. al., 2007; Leitão et. al., 2000; LIMA E OLIVEIRA, 2005).

No primeiro trimestre de gravidez é fundamental que os exercícios intensos sejam evitados, durante esse período existe maior risco de descolamento de placenta. No segundo trimestre já é possível manter uma boa rotina de treino e no terceiro o peso aumentado, assim como o aumento da barriga, podem limitar alguns movimentos e é comum percebermos que a própria gestante já reduz voluntariamente a intensidade dos exercícios. É importante um profissional cuidadoso e atualizado estar sempre em contato com a gestante, ele deve constantemente observar sua evolução e peculiaridades e assim ir adaptando o treino para que fique seguro e eficaz.

O ACOG descreve alguns benefícios do exercício na gestação: menor incidência de depressão pósparto; menor tempo de trabalho de parto; menor incidência de parto cesáreo; menor tempo de hospitalização; menor desconforto físico durante a gestação (dor lombar principalmente); menor ganho de peso; melhora no condicionamento físico.

Cabe ressaltar que essa melhora no condicionamento físico é ainda controversa, tendo em vista de que nesse período ocorre exatamente ao contrário: sua resistência inicial tende a diminuir. Deve-se, também, evitar o aumento na temperatura corporal e a perda hídrica. As gestantes que não praticavam atividade física antes de engravidar não devem iniciá-las antes de duas semanas após a concepção, podendo variar de acordo com as respostas fisiológicas individuais apresentadas (CHISTÓFALO; MARTINS; TUMELERO, 2003) e é fundamental que o obstetra libere a gestante para o exercício antes das 12 semanas, mesmo ela sendo já praticante.

Poudevigne e O’Connor (2005) ainda destacaram melhora na auto-estima e no humor, e também Gouveia et al., (2007) destacaram a importância do exercício na gestação como forma de prevenção e até tratamento do diabetes gestacional.

Além desses benefícios podemos citar também: melhoria na qualidade de vida e do sono; melhora da postura; da diástase do músculo reto abdominal; e do desenvolvimento de varicosidades (varizes) (DERTKIGIL et al., 2005) assim como uma melhora na musculatura pélvica que é fundamental.

Os benefícios para o feto ainda precisam ser mais estudados, tendo em vista de que muitas coisas afetam o seu crescimento e desenvolvimento, porém observa-se que em mulhres ativas e com parto a termo os fetos mostram tendência a um menor peso e uma menor perda de peso ao nascer (normalmente os bebês perdem peso nos dias seguintes ao do nascimento, em mulheres ativas parece que essa redução é menor) e uma melhoria na condição nutricional (SHIMA, 1990; BATISTA et al., 2003; DERTKIGIL et al., 2005).

O ACOG (2002) salienta algumas contraindicações e sinais de alerta em relação ao exercício na gestação: cardiopatia com repercussão hemodinâmica grave; doença pulmonar restritiva; insuficiência cardíaca congestiva; gestação múltipla com risco de trabalho de parto prematuro; sangramento uterino; placenta prévia após 26 semanas de gestação; trabalho de parto prematuro; hipertensão induzida pela gravidez.

Outras situações podem ser contraindicações relativas e devem ser avaliadas pelo médico obstetra: anemia severa; arritmia cardíaca não avaliada; asma; diabetes melito pré-gestacional mal controlada; obesidade mórbida; muito baixo peso materno (IMC < 12); estilo de vida extremamente sedentário; restrição de crescimento intra-uterino; hipertensão arterial mal controlada; limitações ortopédicas; epilepsia mal controlada; hipertireoidismo mal controlado, tabagismo.

Os sinais de alerta são os seguintes: sangramento vaginal; dispnéia; tontura; cefaléia; dor torácica; fraqueza muscular; dor ou edema de panturrilhas (possibilidade de tromboflebite); diminuição do movimento fetal e perda de líquido amniótico.

Os exercícios aeróbicos e de força são muito bem vindos, assim como de flexibilidade. Os exercícios aeróbicos trazem benefícios respiratórios, auxiliando no retorno venoso, melhorando as trocas gasosas e a capacidade aeróbica, exigindo assim um menor esforço para gestante (CAVALCANTE et al., 2005). A prescrição pode ser feita 3 vezes por semana, de 30 a 45 minutos FC media entre 130 e 150 bpm (CHISTÓFALO, MARTINS E TUMELERO, 2003).

Os exercícios de força em intensidade moderada, melhoram a força e a flexibilidade muscular, a musculatura pélvica é bastante beneficiada, prevenindo assim a incontinência urinária muitas vezes associada à gravidez (LIMA; OLIVIERA, 2005). Os exercícios de força podem ser feitos em equipamentos, com materiais alternativos assim como com o peso do próprio corpo.

Exercícios no meio aquático são muito recomendados em função da flutuabilidade, o que reduz a sobrecarga nas articulações, reduz o edema pela ação da pressão hidrostática, aumenta a diurese, reduz dor lombar, melhora a postura, relaxamento corporal, também existem evidências que o exerício no meio aquático diminui as contrações uterinas (BATISTA et al., 2003; DERTKIGIL et al., 2005; MACIEL et al., 2003; PREVEDEL et al., 2003; SACHELLI, ACCACIO, RADL, 2007).

Recomenda-se que as sessões em ambiente aquático tenha a duração entre 45 e 60 minutos, não devendo ultrapassar uma hora, o nível da água deve ser na altura do esterno, cobrindo o abdômen sem colocar pressão sobre as mamas, facilitando a manutenção da postura vertical, pode-se usar materiais alternativos para tornar a aula mais dinâmica e prazerosa (ANJOS; PASSOS; DANTAS, 2003). Importante controlar a temperature da água que deve estar entre 28° e 30° C (BATISTA et al., 2003).

O ambiente aquático é bastante prazeroso e relaxante, porém, a gestante deve gostar de água, caso contrário o exercício pode ser um fator de estresse. Se a gestante não gosta do ambiente aquático, deve escolher fazer os exercício no meio terrestre. Muitas mulheres acreditam que gestante só pode fazer exercícios na água, e isso não é verdade. A gestante pode sim fazer musculação, caminhadas e etc, isso dependerá de sua escolha e também da prescrição de um bom professional, ele saberá conduzir a sua prescrição de maneira segura e eficaz.

A gestante passa por diversas adaptações nos diferentes períodos da gravidez, gestar um bebê faz com que a mulher passe por muitas transformações.

Adaptações cardiovasculares

O volume sanguíneo, a FC, volume sistólico (VS) e débito cardiac (DC) aumentam e diminui a resistência vascular sistêmica e pressão arterial (PA), tudo para que aumente a oferta de nutrientes e oxigênio ao feto durante o repouso e exercício (ARTAL, O’TOOLE, WHITE, 2003).

Aproximadamente na 20a semana o DC é 30-50% maior e no 2° e 3° trimestre a FC aumenta quase 20%, devido a diminuição no tonus vagal ou aumento do estímulo simpático. A pressão arterial reduz de 5-10 mmHg no 2° trimestre, e isso ocorre pelo aumento dos vasos sanguíneos uterinos, da circulação útero-placentária e redução da resistência vascular da pele e rins (FINKELSEIN et., al., 2009).

O VO2máx absoluto e o DC aumentam e o VO2máx relativo (relativo ao peso corporal) diminui com o evoluir da gestação. Cabe resaltar que o VO2 é a capacidade que o corpo tem de captar, transportar e utilizar o oxigênio.

Observa-se também mudanças cardovasculares relacionadas à postura corporal, onde a posição supina (deitado de barriga pra cima) por tempo prolongado depois do primeiro trimestre deve ser evitada, tanto em repouso como em exercício, pois provoca relativa obstrução no retorno venoso e diminui o DC (DALVI et al., 2010; PREVEDEL, 2001).

Adaptações respiratórias

Devido ao aumento do hormônio progesterona nas primerias semanas de gravidez, aumenta também o volume minuto e o volume corrente. Com o decorrer da gestação, ocorre restrição ventilatória mecânica devido à elevação do diafragma, e isso pode ocasionar uma redução do desempenho durante a realização de exercícios. O diafragma fica com dificuldade em contrair, devido a pressão sofrida pelo útero e com isso reduz a disponibilidade de oxigênio (ARTAL, O’TOOLE, WHITE, 2003).

Por isso é muito importante um acompanhamento por parte do educador físico. O professor deve estar sempre atento à gestante durante a realização dos exercícios, e, a qualquer sinal ou queixa da mesma, em não poder realizer o exercício, ele deve ser suspenso.

Adaptações Musculoesqueléticas

O aumento de peso durante a gestação pode afetar diretamente as articulações, e se essas já apresentavam problemas antes, podem piorar durante a gravidez, por isso a importância de evitar exercícios de impacto.

Com o aumento da barriga, o centro de gravidade desloca à frente, isso aumenta a lordose lombar (hiperlordose), o que pode acarretar muitas dores (ARTAL, O’TOOLE, WHITE, 2003). Escolher um terreno regular e um calçado adequado pode ajudar bastante.

Uma outra adaptação importante é a frouxidão ligamentar, isso devido ao aumento da produção de um hormônio chamado relaxina. Para prevenir qualquer lesão, deve-se alongar respeitando a amplitude de movimento, assim como os exercícios de força devem ser feitos com velocidade controlada e em amplitude de movimento normal (evitar hiperextensões por exemplo) (CASTRO et al., 2009).

Hidratação e necessidade energética

É sabido que na gestação devemos evitar a recomendação dada pela vovó: “Agora deves comer por dois”. Esta afirmação não é verdadeira e pode fazer você engordar muito. Quem pratica exercícios pode sim sentir um pouco mais de fome, mas ela não causa prejuízo ao feto. É importante ter uma alimentação saudável e se possível, procurar um nutricionista.

Após a 13a semana, é recomendado acrescentar em media 300kcal a sua ingestão alimentar, devido ao aumento do metabolismo, isso já é suficiente, o carboidrato é uma fonte rica e necessária para gestantes (ARTAL, O’TOOLE, WHITE, 2003).

A hidratação é um hábito fundamental na vida e durante a gestação é muito importante, assim como pósparto quando estiver amamentando, portanto, se você não tem o hábito de tomar água é importante que adquira tal hábito na gestação, pois vai precisar dele para amamentar.

A hidratação é importante também para manter a temperatura corporal, especialmente em dias úmidos, onde a dissipação de calor por evaporação do suor é menor ((ARTAL, O’TOOLE, WHITE, 2003; LIMA, OLIVEIRA, 2005).

Termorregulação e gestação

É sabido que o exercício físico aumenta a temperatura, e a temperatura central é a que mais devemos nos preocupar no caso de gestantes, porém, observa-se que mesmo realizando exercícios em ambiente quente e úmido a temperature central de gestantes parece não aumentar significativamente, não comprometendo assim o feto, devido à preparação do corpo em compensar esse aumento (termorregulação) (BATISTA et a., 2003; CARMICHAEL et al., 2002; CLAPP et al., 1998).

É importante recomendar para gestante que utilize roupas confortáveis e não sintéticas, assim como realizar os exercícios em ambientes frescos e manter-se sempre hidratada, isso ajuda muito a manter a temperatura corporal em níveis adequados. O professor também deve estar atento à qualquer sinal de desconforto da gestante, e caso perceba ou tenha relato de desconforto, interromper imediatamente o exercício.

A utilização de tabelas subjetivas de percepção de sensação e conforto térmico, assim como de irritabilidade (tendo em vista que realizar exercícios no calor parece aumentar a irritabilidade) podem ser usadas (ARENS et al., 2006; GREEN et al., 1993).

conforto termico iritabilidade sensaçao termica

Exercício pósparto

É importante que a mulher após o parto faça repouso para que a estática pélvica volte ao normal, em média 2 a 6 semanas, mas é importante que o obstetra dê uma orientação sobre esse retorno, sendo esse periodo maior caso tenha sido cesareana (LEITÃO et al., 2000).

Mulheres que retomam os exercícios físicos precocemente, parecem ter menor incidência de depressão pósparto, desde que o exercício não seja fonte de estresse (PIVARNIK, 1998).

O exercício não reduz volume de leite durante a amamentação, nem mesmo modifica a qualidade do leite, o que pode ocorrer é menor aceitação logo após o exercício, devido ao aumento da concentração de ácido lático na corrente sanguínea, para evitar isso, deve-se amamentar antes do exercício e esperar um pouco para amamentar após o exercício (BATISTA et al., 2003).

No pósparto podemos realizar exercícios com nossos bebês, simmmm é possível. Eu fiz muito exercício com Nina no sling. É super prazeroso e os bebês adoram. Claro que como professora de Educação física eu tenho conhecimento sobre o que posso e não fazer, mas é plenamente viável, só devemos adaptar alguns exercícios. Por isso é importante escolher um professor que possa lhe proporcionar um exercício seguro, eficaz e prazeroso.

Segue alguns links e fotos dos meus treinos com a Nina.

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Algumas fotos minhas gestante e com Nina! Voltei a treinar quando Nina tinha um mês, mas não tinha muita continuidade, pois tinha (e tenho) muito sono, mas agora treino todos os dias: segunda, quarta e sexta faço musculação e terças e quintas pole dance.

No blog da Nina falo um pouco sobre exercícios, vale dar uma lida! Lá relato os resultados dos exercícios pósparto que fiz (com foto de antes e depois e tudo 🙂 )

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É possível fazer exercícios com os pequenos! Em breve lançarei o MATERNA: Programa de Exercícios para Mulheres®

Aguardem!!!

Exercícios competitivos e alto impacto

Na gestação deve-se evitar exercícios de alto impacto assim como atividades competitivas, tudo o que foi dito até agora pode ilustrar bastante esse fato. Mas, é sabido que muitas mulheres mantém seus esportes competitivos, mas, cabe ressaltar que essa escolha é da gestante e não do professor.

A gestação é um momento singular na vida de uma mulher, ela não é doença, mas requer cuidados, para que esse período seja vivido com amor e intensidade. Escolha um bom profissional para conduzir a prescrição dos exercícios, leia muito e tire suas dúvidas a respeito de tudo, isso ajuda bastante.

Queridos leitores, sei que esse post ficou bem longo, mas, como, além de doula, sou professora de Educação Física, esse assunto é muito importante pra mim, portanto, não conseguiria escrever algo “simples” e só de opinião sobre algo tão presente em minha vida. Segue abaixo as referências. No blog Roll tem alguns outros artigos sobre o tema (em português e inglês), sintam-se à vontade em consultar.

Espero que tenham gostado da leitura e aguardem que em breve tem MATERNA P.E.M®

Referências (citadas e complementares)

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Amamentação…

Olá queridos e queridas

Tenho ouvido muitas mães falarem sobre amamentação e suas dificuldades. Todos sabemos que é recomendação da OMS que bebês até seis meses devem exclusivamente mamar no peito, isso é fato indiscutível, e que a amamentação tem muitos benefícios até os dois anos de idade, mas nem todas conseguimos…

Todas somos capazes, sim, somos capazes de amamentar, mas algumas de nós não conseguem, eu sou uma delas. Meu primeiro filho mamou até os 7 meses, mas não exclusivamente, fiz complemento já com dois meses (fiz muitas coisas erradas, que é assunto para vários posts hahaaha prometo que confesso, hoje tenho mais experiência e informação, portanto não cometi tantos erros 🙂 )

Esse post de hoje não tem nada de científico, tem de “coisa de mãe”, de intuição, de sentimento…

Meus dois filhos tiverem uma excelente pega (como o bebê segura a mama pra sugar) e ambos não tiveram dificuldade em mamar, ambos saíram do hospital mamando bem, eu tenho uma mama muito favorável à amamentação, meu bico do seio é enorme e bem pra fora, facilita muito a pega.

Tenho visto muitas mães apavoradas com o fato de tentar de tudo (e tentarem messssmmmooooo) e não terem leite suficiente (isso não tem nada de científico viu, é relato, e também falo por mim).

Sei que nossas mamas não são ESTOQUES, elas são FABRICAS, ou seja, não precisamos estar com os seios ultra cheios, eles podem estar mais “murchinhos” mas o leite é produzido.

Tenho acompanhado relatos de mães tristes, que dizem “eu tentei de tudo (e tentaram mesmo) e meu filho chora de fome (a gente sabe quando eles têm fome) e não tem ganhado peso”. Isso apavora qualquer mãe, e nos primeiros dias e meses dos pequenos isso acontece muito. E essas mães me relatam que muitas pessoas dizem: “Não, você não tentou tudo, senão estaria conseguindo”… Não digam isso!!! Isso magoa. Sei que é importante recebermos ajuda, é muito importante. Eu procurei ajuda especializada, e hoje em dia existem excelentes profissionais especializados em aleitamento que fazem milagres mesmo, acho que devemos sim contratar esses profissionais, porque eles sabem o que fazem (peça indicações, pois têm muita gente fajuta no mercado, fique atenta!!), tudo e qualquer investimento vale a pena para garantir que nossos filhos mamem exclusivamente no peito até os 6 meses. Devemos tentar tudo.

Eu tentei! O pedi da Nina (que é o mesmo do Gabi) é muito querido, ele não é daqueles que já manda pro complemento, ele sugere todas as possibilidades antes do complemento. Nina não mamava (dormia na teta) e chorava de fome, (no meu primeiro filho também não tive assim um mooonte de leite), tentava esgotar com a bomba manual, porque quando eles são muito pequeninos eles acabam dormindo na teta e não mamam (e hoje em dia não precisamos dar a mamadeira direto, tem a opção da sonda que é muito bom, esgotamos o seio com a bomba e damos com sonda, evita o desmame precoce) e ficam sempre com fome, como a teta exige mais deles (mais sucção) eles cansam e acabam dormindo.

Na bomba manual eu não conseguia tirar muito, e machucava o peito, dai o pedi falou pra alugarmos uma bomba elétrica, que seria melhor. Aí eu fiquei nas nuvens!!! Achei que eu tiraria um litro de leite de cada teta, comprei varias mamadeiras pra congelar o leite, mil programações.

Na primeira tirei 30 ml, quase morri de desgosto.

Esgotei de diversas formas: antes dela mamar, depois dela mamar, ela mamando uma teta e eu esgotando a outra ao mesmo tempo, eu de cabeça pra baixo, pendurada no lustre (brincadeirinha), parecia uma vaquinha ligada naqueles fios andando pela casa, e nada. Um dia precisei ir fazer uma prova, em um concurso que estava inscrita e fiquei umas 5 horas fora de casa, os seios ficaram cheios, pensei: Agora dou uma teta e esgoto a outra… certo que vou tirar um litro… tirei 90 ml… frustrante!

Em um mês, quando ela estava com quatro meses, eu não dei complemento, fiquei só com a teta, porque achei que eu era sim capaz de nutrir minha filha sozinha… e ela aumentou apenas 100 gr (o mínimo aceitável é 300 ou 400 gr). Daí fiquei preocupada mesmo.

Meu problema não era bico, não era pega da Nina, não era posição de mamada, não era leite empedrado, não era falta de massagem, não era falta de apoio do marido e da família (nunca ninguém me estressou dizendo que eu estava fazendo isso ou aquilo errado), e como no meu primeiro filho foi assim também eu acredito (veja bem, isso é meu pensamento, minha intuição de mulher e mãe, não é ciência, não são evidências, apenas uma mãe tirando algumas conclusões que PODEM SIM ESTAR ERRADAS) que eu tenho pouco leite, ou melhor, que o volume de leite que eu produzo foi menor que a necessidade da Nina e do Gabi, claro que posso estar falando besteira, e se algum profissional puder me mandar artigos ou qualquer material que me diga o contrário, vou aceitar com muita gratidão, e se meu pensamento estiver equivocado quero sim saber e ter evidências para poder ajudar outras mulheres, mas hoje, meu pensamento de mãe é esse, mas, não me culpo por isso. Não me culpo pois tentei tudo o que pude, busquei recursos, busquei informação, busquei profissionais especializados.

Por que publiquei esse post? Porque vejo mães tristes, se sentindo culpadas. Mães que tentaram, tentaram, e não conseguiram. Que são julgadas por darem mamadeira pro bebê.

Entendo que: TODAS SOMOS CAPAZES. SIM, TODAS NÓS SOMOS CAPAZES DE AMAMENTAR NOSSA PROLE, TODAS SOMOS CAPAZES DE PRODUZIR O VALIOSO ALIMENTO PRA NOSSA PROLE, mas, por experiência própria e relato de algumas mulheres, eu percebo que algumas produzem mais e outras menos, pois somos diferentes 🙂

Nem melhores, nem piores, apenas “fábricas” diferentes (não me julguem mal pelo “fábricas” ok? é só uma analogia, como falei antes de fábrica e estoque).

Conheço mulheres que, enquanto amamentam, quase não podem sair de casa, porque simplesmente o leite escorre perna a baixo (como se diz aqui no Sul), que os bebês mamam em 10 minutos e ficam saciados (a Nina ficava uma hora e meia mamando, e em 30 minutos queria outra vez). Assim como conheço mulheres que tem muito leite e optaram por não dar peito porque demora muito, dai prefiram a mamadeira! Cada um, com seu cada qual.

Esse post é só pra dizer que:

– Sim, TODAS SOMOS CAPAZES!

– Não fique triste, não sinta-se culpada se você não conseguiu! Se você tentou de tudo, você fez o seu melhor!

– Busquem ajuda especializada!! Isso não é gastar dinheiro É INVESTIR!

– Não diga para uma mãe que não consegue amamentar: “Não, se você não consegue é porque não fez direito!” Não diga isso até conhecer sua história. Tente ajudar, dando informação, sugerindo profissionais, etc, mas não diga que ela não fez direito até você ter certeza absoluta de que isso é verdade.

– Ajude se você puder, mas não atrapalhe, pois já estamos bem atrapalhadas!! 😛

– Conecte-se com seu filho. Existe uma comunicação incrível entre nós e nossos filhos, uma comunicação sem palavras, quase uma telepatia. Conecte-se! Entregue-se! Esteja segura! E vá em frente!

– Lembre-se: a natureza nos fez iguais como Humanos, mas diferentes dentro de nossas peculiaridades!

Espero que tenha ajudado!

Gratidão

❤ ❤ ❤

Doula Dea

 

 

 

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